12 dicas para aprender a estudar segundo o Prof. Pier

Conheça o Prof. Pier

Pierluigi Piazzi foi um italiano naturalizado brasileiro que se tornou referência em neuroaprendizagem.

Formado em Física pela USP, dedicou boa parte da sua vida a fazer palestras pelo Brasil  a fim de ensinar alunos a estudarem melhor, gastando menos tempo.

Professor de cursos vestibulares prestigiados, o Prof. Pier sempre foi um crítico ferrenho aos métodos de estudo praticados e ensinados no Brasil.

Para ajudar os alunos candidatos de vestibulares e concursos, escreveu o livro “Inteligência em Concursos. Manual de Instruções do Cérebro Para Concurseiros e Vestibulando” lançado em 2015, pouco antes de sua morte.

“Se você não está mais em uma sala de aula e pretende continuar estudando, só há uma saída: tornar-se autodidata”.
Foto do Professor Pier sentado em frente a uma estante de livros, vestindo uma jaqueta na cor verde militar com o computador posicionado à sua frente.
Prof. Pier, autor de vários livros sobre o desenvolvimento da inteligência.

Neste artigo vou mostrar 12 dicas para aprender a estudar deste livro, para ajudar você na sua jornada de estudos. Bora?

12 dicas para aprender a estudar

1. Quem tem mais chances de passar em um concurso ou vestibular não é quem sabe mais, é quem é mais inteligente

Mas como assim?!

Logo no começo do livro, o Prof. Pier diz que decorar matérias e acumular diplomas não te faz mais inteligente, o que pode realmente te ajudar é a lógica do seu cérebro.

Inteligência é aprendida, ninguém nasce inteligente e cada vez mais aprender a estudar e ser inteligente fará a diferença.

Ele ainda complementa dizendo que ser bom aluno durante a escola e a faculdade pouco fará por você, pois suas notas não medem sua inteligência, medem seu conhecimento em assuntos específicos.

Dica prática: esqueça os clássicos!

Leia coisas novas, leia livros de ficção, leia rótulos de xampu, leia bulas de remédio.

Seja curioso, pesquise significados de palavras que nunca ouviu, estimule seu cérebro a fazer conexões o tempo todo.

Adquira o hábito de ler além dos clássicos que caem em vestibulares e foram passados pelos professores durante seus anos na escola, procure o que te fascine, te prenda.

Leia por prazer.

2. Deixe de ser aluno e passe a ser estudante

Segundo o Prof. Pier, “o Brasil tem milhões de alunos e pouquíssimos estudantes”.

Mas qual a diferença?

Alunos são os que assistem aulas, que é uma tarefa coletiva e passiva, não te leva a aprender nada, no máximo a compreender e entender algum assunto.

Já o estudante é aquele que estuda, de forma solitária e ativa, aquele que efetivamente aprende.

Além disso, ele defende que não se estuda sem estar escrevendo. E ressalta que escrever é com papel em caneta numa folha, não digitando.

Sublinhar, usar marca-texto, nada disso é estudar. Você pode até desenhar, se for mais fácil sua aprendizagem assim.

Dica prática: se puder, não utilize telas enquanto estuda.

Há estudos mostrando que ler em uma tela que emite luz não permite nem 30% da compreensão obtida ao se ler no papel.

Pegue seu material e imprima para tê-lo todo em papel, seu cérebro apreende melhor as informações desta forma.

Mas se isso não for possível, pegue papel e caneta e escreva tudo o que considerar importante sobre o assunto que esteja estudando, mesmo que sejam anotações de aulas pelo YouTube e seu material seja todo em PDF.

3. Encontre seu livro

A base para ser inteligente é ler muito e ler bem, mas isso é um problema para quem não gosta de livros.

Ninguém odeia ler. Provavelmente quem diz odiar ler é na verdade traumatizado pela escola e pelas listas de livros que caem em vestibulares, que são na maioria das vezes chatos e cansativos, não tem fácil compreensão e na verdade não são assim tão maravilhosos.

Mas todo ser humano ama história. Nossos antepassados passavam seus contos oralmente, muitas vezes acompanhados de música, então todos nascem com a capacidade de amar aquilo que o livro faz, que é contar uma história.

Dica prática: vá a uma biblioteca e pegue um livro que conte uma história, pode ser uma biografia, relato histórico ou ficção, mas que conte uma história tão fascinante que você não consiga largar por um tempo.

Se não gostar, troque de livro. Não precisa terminar o que você não gostar, só tente procurar no máximo de livros e gêneros diferentes.

Quando você encontrar um livro que queira ler até o fim, verá como leitura não é chato.

Não desista! Seu primeiro livro está lá, você só precisa encontrá-lo.

4. Não abuse do seu cérebro

O cérebro humano é um sistema muito complexo e também muito frágil.

Novos conhecimentos não são armazenados num HD como é o caso de um computador.

O que seu cérebro faz é criar conexões neurais, caminhos que te levam a recriar aquela informação quando você precisar acessá-la.

Mas isso significa que é uma atividade muito difícil e precisa, que só acontece durante o sono, por isso não adianta abrir mão de suas horas de descanso para estudar mais, não vai adiantar.

Outro ponto é que esses novos caminhos para conexões neurais são escassos, poucos conseguem ser formados por dia.

Por isso não adianta nada estudar 14 horas por dia, você não vai apreender mais conteúdo assim, melhor mesmo algumas poucas horas de estudo ativo, que farão boas conexões durante seu sono e te garantirão acesso àquela informação por toda a vida.

“Nunca estude para passar num concurso ou vestibular. Estude para aprender para sempre.”

5. Planeje seus passos e programe seus dias

Determine com clareza qual é seu objetivo, qual é o tipo de concurso que você quer fazer, qual o curso de faculdade que você quer entrar.

Lembre-se que para cada um, há um foco em determinadas matérias, por isso é bom o planejamento com pelo menos um ano de antecedência.

Colete informações a respeito do curso ou do concurso, como provas anteriores, livros indicados, bancas, apostilas, etc.

Organize seu dia para garantir duas a três horas por dia para se preparar (pode parecer pouco, mas estudando da forma certa, esta quantidade de horas é suficiente para seu cérebro fazer os caminhos neurais necessários), e oito horas para dormir.

Siga seu planejamento à risca!

Não precisa ser a mesma rotina sempre, mas não use desculpas para não estudar por duas ou três horas todos os dias.

Inclua sábados e domingos (se sua religião permitir) pelo menos para ler alguma coisa por prazer.

6. Estude para aprender

Depois de delimitar a matéria que será estudada no dia, e depois de separado seu material de estudo: papel, caneta, livro, apostila ou algum outro material de consulta, chegou a hora de realmente estudar.

Qual é o grande segredo? Escreva!

Leia seu material, assista sua aula e depois escreva no papel tudo o que você conseguiu entender.

Volte suas anotações de aula para consultar alguma informação específica, mas tente fazer esse resumo da matéria sem “colar”.

Um erro muito comum é pensar que sublinhar os textos é uma forma de estudar, mas o Prof. Pier garante que não.

Sublinhar é apenas um vício ensinado aos alunos por um sistema educacional falho, evite perder tempo com isso. Mas se te ajuda a acompanhar os textos para maior compreensão, faça com consciência.

Dica prática: faça fichamentos dos assuntos estudados, uma espécie de índice dos assuntos, uma pequena folha para consultas futuras.

Elas serão úteis quando precisar revisar de forma rápida, além de serem um método muito eficaz de passar o que você aprendeu para o papel.

Imagine que seja você ensinando a você mesmo. Faça tudo de próprio punho.

7. Não compre esquemas para passar

Sabe aquelas apostilas que são o resumo do resumo de tudo o que você precisa saber para passar?

Ou aqueles livros de mapas mentais que prometem te ajudar a decorar os assuntos? Não compre nada disso!

Faça o seu próprio resumo, desenhe seus próprios mapas mentais, faça seus esquemas.

E por qual motivo o Prof. Pier ressalta isso? Porque você não aprende com o estudo de outra pessoa.

Pode ser que te ajude em alguma prova, mas logo depois será esquecido.

Se futuramente precisar saber aquele assunto novamente, terá que perder seu tempo fazendo tudo de novo, o que é muito contraproducente, principalmente para concurseiros e vestibulandos, que precisam estudar vários conteúdos para uma mesma prova.

Os caminhos que seu cérebro faz para achar uma resposta a determinada pergunta são exclusivamente pessoais, ninguém mais poderá fazer isso por você.

Não tenha preguiça de pensar em caminhos diferentes para lembrar os assuntos, esses caminhos tornarão sua jornada mais fácil a longo prazo.

Dica prática: Associe as informações mais importantes com alguma imagem, jogo de palavras ou até mesmo uma música.

Quanto mais surreal ou “idiota” for sua referência, mais fácil você conseguirá acessá-la.

8. Estude no ritmo certo

Seu cérebro possui uma limitação de formação dos caminhos neurais, depois que se chega nesse limite, qualquer nova informação será excluída.

Por isso, não adianta sentar por horas a fio em uma cadeira lendo, escrevendo e desenhando, pois seu cérebro não será capaz de reter o conhecimento.

E como contornar isso? Estudando no ritmo certo.

A cada meia hora de estudo intensivo, do jeito certo, faça uma pausa de 10 minutos antes de retomar.

Ou seja, se seu planejamento é estudar 2 horas, estude 4 meias horas, sempre intercalando com os 10 minutos de descanso necessários.

Não se esqueça que para o aprendizado estar completo você precisa das 8 horas de sono por noite.

Então para que seu estudo seja bem aproveitado, termine sempre o conteúdo no mesmo dia, não assista às aulas, vá dormir e no dia seguinte faça o estudo ativo, pois seu aprendizado estará comprometido.

O ciclo de aprendizagem deve sempre ser respeitado para alcançar seu objetivo.

Dica prática: use esses 10 minutos para se alongar, mover as pernas, beber água ou brincar com seu animal de estimação.

Se distraia com outra coisa que não envolva ativamente aquela área do cérebro ligada ao aprendizado.

9. Fuja da curva do esquecimento!

Quando aprendemos uma matéria, imediatamente após nos lembraremos 100% do seu conteúdo. Porém, em alguns casos, depois de 10 dias teremos esquecido 40% do que foi aprendido.

Para fugir dessa curva do esquecimento o ideal é programar boas revisões dos conteúdos já estudados.

Dica prática: utilize sua programação semanal anterior para consultar quais assuntos foram estudados durante aquela semana.

Faça uma leitura do conteúdo uma semana depois, um mês depois da primeira revisão e depois pode espaçar em dois meses, três meses, etc.

10. Estimule sua habilidade em descobrir regras

Descobrir regras, descobrir padrões, nada mais é do que estimular seu cérebro a concluir testes de Q.I., aqueles testes não verbais, utilizados nas provas de habilitação, por exemplo, ou em vários psicotécnicos.

Estes testes desenvolvem sua inteligência, melhorando sua capacidade de descobrir a solução do problema, ajuda também no raciocínio lógico e matemático, que é assunto em vários editais de concursos e cai também em vestibulares.

Dica prática: pesquise na internet ou na App Store do seu celular por “I.Q. test”, “teste Q.I.” ou “treinador de cérebro”, que você vai encontrar vários aplicativos com muitas opções de testes.

Faça-os em seu momento de lazer, assim seu estímulo ocorrerá de forma mais natural e divertida.

11. Planeje o tempo da prova

O Prof. Pier ensina uma técnica que divide o tempo durante a realização das provas objetivas em 4 partes, que foi ensinada para seus alunos que deram os melhores resultados:

1ª) Reconhecimento do terreno: folhear o caderno de questões, sem pressa e sem responder nenhuma delas, gaste até 5 minutos do tempo inicial da prova para isso.

O primeiro objetivo é permitir que você determine a melhor tática para resolver a prova, como por exemplo, começar por um assunto específico ou resolver de trás para frente o caderno de questões.

O segundo objetivo é “acordar” suas conexões neurais, fazê-las começar a puxar os assuntos do fundo da memória.

2ª) Pega-varetas: resolva primeiro aquelas questões cuja resposta é óbvia, não demandam tempo para raciocínio.

Você não pode chegar ao fim do tempo sem ter resolvido essas questões fáceis e rápidas que te garantirão alguns preciosos pontos no final.

Caso encontre uma questão que você sabe resolver, mas te demanda tempo, marque ela com algum símbolo para voltar depois.

3ª) Resolvendo as questões marcadas: agora resolva as questões que, durante as duas primeiras etapas, você já classificou como “resolvíveis”, ou seja, aquelas que você sabe a resposta ou tem quase certeza da resposta, mas que demandam um pouco mais de tempo.

Caso durante a resolução de alguma dessas questões você descubra que não sabe resolvê-la, pode aproveitar para pelo menos eliminar as opções de resposta absurdas, aquelas que você tem certeza que estão erradas.

4ª) Chute inteligente: faltando mais ou menos 20 minutos para o fim do tempo de realização da prova, passe para essa fase.

Volte até as questões que ainda não tem resposta certa e tente esvaziar sua mente para tentar respondê-la.

Você pode considerar marcar a primeira que seu instinto disser que é a certa. Depois de feita sua escolha, passe para a próxima questão e não mude de ideia!

Para provas discursivas você pode utilizar a mesma técnica. O chute inteligente é um pouco mais complicado, porém possível.

Você pode tentar escrever frações de informações ligadas à pergunta da questão, aumentando assim suas chances de receber uma fração de nota, mas lembre de fazer isso com inteligência, ligue assuntos de forma coesa e monte uma resposta curta que faça sentido.

12. Domine a linguagem

A leitura ajuda a dominar a linguagem escrita, porém esta não é a única forma de linguagem existente.

Domine também a linguagem falada e a não verbal. Imagine enquanto lê, ouça atentamente o que outra pessoa fala e tente visualizar aquela cena em sua cabeça.

Isso irá te ajudar a entender os problemas das questões de forma mais rápida, já que seu cérebro irá automaticamente montar um esquema, uma imagem ou uma sequência a ser seguida.

O primeiro passo é a leitura. O segundo passo é a escuta. O terceiro é dominar a arte da imaginação.

Dessa forma você poderá economizar muito tempo resolvendo questões da forma mais fácil, às vezes sem recorrer a esquemas e desenhos complexos, ou a equações que tomarão seu tempo na hora da prova.

Dica prática: escute podcasts e tente visualizar na sua mente os rostos, a posição das pessoas e suas expressões faciais.

Tente resolver problemas de lógica e raciocínio inicialmente com papel e caneta.

Desenhe esquemas e depois que ficar fácil dessa forma, passe a resolvê-los na sua mente, com os mesmos desenhos. Faça de olhos fechados no começo, ajuda na visualização.

Treine seu cérebro para pensar de forma mais rápida, leia por prazer e respeite o tempo de aprendizado.

O Prof. Pier salienta durante toda a sua obra sobre a necessidade que o concursando e o vestibulando tem de se tornar um leitor ávido para melhorar seu desempenho.

Escolha um livro qualquer ou um livro de um assunto que chama a sua atenção e comece hoje mesmo!

Com essas dicas para aprender a estudar sua aprovação será muito mais fácil!

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